Nos últimos tempos um dos assuntos mais comentados é sobre a ansiedade. As pessoas andam muito ansiosas, com pressa de tudo, com expectativas de que as coisas aconteçam como desejam e o mais rápido possível, ou com preocupações sobre o futuro, antecipando-o.
A ansiedade na verdade serve como um “alarme natural” contra as ameaças externas, os nossos ancestrais há milhões de anos atrás, não tinham o conforto que temos hoje, eles eram protegidos pela ansiedade, pois para manter a sobrevivência tinham que lutar, caçar e fugir.Isso significa que precisamos ter um pouco de ansiedade, ela é importante para a nossa sobrevivência e ela irá nos mobilizar para promover as ações necessárias.
Observa-se que o ciclo da ansiedade normal e patológica é o mesmo, no entanto, o que diferencia da simples tensão nervosa é a frequência e a intensidade determinando a descarga dos hormônios do estresse.
Ciclo da Ansiedade
- Diante de uma situação tensa, a amígdala interpreta a situação como uma ameaça que pode pôr em risco o corpo, que por sua vez, envia instruções para o hipotálamo e outras partes do sistema nervoso central, como o mesencéfalo que respondem ao estímulo mandando-o se proteger.
- Ao receber as instruções, o organismo interpreta o recado e secreta os hormônios do estresse (adrenalina e cortisol), visando reagir com imobilidade atenta, fuga ou luta.
- Caso a ansiedade se eleve, haverá outra descarga de adrenalina e cortisol, deixando o raciocínio ágil, os batimentos cardíacos mais fortes,aumenta o fluxo sanguíneo nos braços e pernas. O cortisol faz o organismo liberar mais glicose no sangue, dando energia extra ao indivíduo. A pupila se dilata e o corpo sua – especialmente nas mãos.
- Se o níveis de ansiedade permanecem altos, começa a haver mais liberação de cortisol, que pode levar a exaustão. Em altas doses, o hormônio o deixa sobressaltado e desconcentrado.
- Ao se tornar crônica, a ansiedade gera pressão alta, reduz a imunidade, traz problemas cardíacos e pode causar até o câncer, já que as defesas se exaurem por causa do permanente estado de alerta e das altas doses de cortisol. (Fonte: Graeff; Frederico)
Quando existe realmente uma situação de perigo, o SNC (Sistema Nervoso Central) dá os comandos como citado acima, o corpo se prepara para uma reação visando garantir a sobrevivência e solucionar a tensão.
O problema ocorre quando a situação está apenas dentro de nossa cabeça, ou seja, ficamos imaginando os perigos que poderão ocorrer, antecipamos as situações, ficamos imaginando situações catastróficas, tomamos como base informações de reportagens através dos meios de comunicações ou que já ocorreram com pessoas conhecidas.
O nosso SNC não consegue perceber que a situação é uma tensão interna e não externa, são nossos pensamentos agindo, e saiba, muitas vezes nossos pensamentos são tão rotineiros que chegam a ser automáticos, a ponto de não termos consciência destes.
O fato é que o pensamento estimula o funcionamento de proteção / sobrevivência quando ocorre uma descarga de liberação de cortisol e hormônios para que possamos reagir a tensão criada, como não há uma tensão externa eminente, a toxina se espalha em nosso corpo e a ansiedade continua a agir no seu ciclo de funcionamento podendo trazer problemas físicos e emocionais.
Compreenda que a base da ansiedade são os pensamentos criando situações inexistentes, claro que não podemos prever o futuro, mas podemos trata-lo no presente para que se evite ou se previna os riscos. Veja, existem situações que podem ocorrer, contudo, será importante analisar quantas vezes ocorreram com você, quantas vezes ocorreram com seus conhecidos?
Quando este ciclo de funcionamento é frequente e intenso a ansiedade se transforma em patologia, gerando problemas mais graves, tanto físicos como emocionais, conforme já citado acima.
O quanto antes tratar destes sintomas, mais rápido ira melhorar. Se estiver numa graduação leve da patologia o tratamento psicológico irá ajuda-lo sem necessariamente a utilização de medicamentos, essa é a melhor opção. Entretanto, se ficar adiando o tratamento psicológico, a tendência observada é de evitar, fugir do problema e consequentemente do recurso terapêutico, passando a ser necessário utilizar-se da medicação para sentir-se mais aliviado dos sintomas, pois sem a o recurso medicamentoso o esforço e sofrimento será maior. Quando o individuo é diagnosticado numa graduação moderada a grave o tratamento indicado é a combinação do tratamento psicológico (psicoterapia) e medicamentoso.
A psicoterapia mais indicada é a Terapia Cognitiva Comportamental, devido os resultados das pesquisas cientificas sobre o tema, com sucesso positivo.
Estou a disposição para esclarecer dúvidas, peço que entre em contato e agende uma consulta.
Atenciosamente,
Márcia Lopes
Psicóloga – CRP 06/26513
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Fontes:
- De Santi; Alexandre; Reportagem Fronteira; Revista Galileu; Ansiedade Positiva; Março 2012.
- Graeff; Frederico; Neurocientista da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto.
