Dedico aos apaixonados.
Estar apaixonado é um momento cheio de expectativas, ilusões, momentos imaginários, planos traçados. Este é o momento que expressamos realmente quem somos e como funcionamos. Nos entregamos e nos jogamos no escuro. Ficamos totalmente expostos e nos colocamos na mão do desconhecido.
Desconhecido este, também, com expectativas, planos e ilusões, entretanto, não sabemos exatamente quais são, se estão alinhados aos nossos planos e desejos. Apesar de parecermos uma dupla, um complemento, somos individuais. Únicos em nossas vivências valores, crenças, que ao unirmos um ao outro, somos desafiados a nos revisitarmos.
A pergunta é: O quanto estamos realmente interessados e preparados para entrar nessa aventura? Sim, é uma aventura, porque o outro não entra na nossa vida para sanar nossos problemas e expectativas, mas para aprendermos e crescermos como pessoas e nos adaptando mutualmente.
Ao nos apaixonarmos, imaginamos a beleza dos encontros, a diversão durante as conversas e passeios, o quão perfeito é esse casal. Entretanto, cada um é um, existem histórias diferentes, expectativas diferentes. Quanto mais temos clareza do que queremos, mais complicado será este relacionamento, se é que se terá um relacionamento.
Antes do relacionamento existe o momento da conquista do encantamento, do apaixonamento… É muito bom e prazeiroso estarmos enamorados. Na paixão existe um aumento na liberação dos hormônios dopamina e norepinefrina. Estes hormônios provocam todas as sensações típicas da paixão, como insônia, frio na barriga e pensamento obsessivo na pessoa amada. Obsessivo porque não paramos de pensar a respeito, é um eterno esperar a resposta do outro, o convite para o encontro…
Nesta fase repetimos os erros de outros apaixonamentos, muitas vezes não temos paciência de aguardar o processo necessário para ocorrer o “encontro”, em muitos casos temos pressa, a ansiedade entra em ação e insistimos enviando muitas e muitas mensagens, nos colocamos a total disposição do outro, entregamos o sentimento sem garantia de troca, sem mesmo saber se realmente é recíproco.
E o outro, ah esse outro…..será que esta preparado para tudo isso? Como foram suas antigas experiências? Quais são suas reais expectativas? É do tipo que gosta de controlar e fazer as coisas acontecerem? Gosta de desafio? Ou prefere ser assediado e acarinhado? Ai meu Deus! O que fazer?
Muitas vezes o outro foge, ou simplesmente não tem as mesmas expectativas e desejos. E se vai….. O cuidado é estar preparado para a partida do outro.
Mas, quando há o cuidado da espera, o respeito pelo tempo do outro, pelas diferenças, a conquista recíproca passa pelo processo de transformação do jeito que é, do jeito que tem que ser, cria-se os vínculos a partir das identificações, dos objetivos em comum, o medo se vai e o sentimento do amor romântico invade as vidas dos casais. Passado o rompante da paixão, outro hormônio entra em ação: a oxitocina. Segundo o psiquiatra Larry Young, coautor do livro A Química entre Nós (Ed. BestSeller, 348 pág.), é a oxitocina que nos faz focar a atenção no parceiro. “O amor é esse emaranhado de complexas reações químicas no cérebro”, diz.
É muito bom sentir tudo isso, o ser humano se rende aos prazeres oferecidos pela paixão e sempre nos resta bons momentos e boas lembranças.
O controle das emoções, pensar de forma um pouco mais racional nos ajuda e nos garante e ter mais sucesso em nossas vidas amororosas. Vale ressaltar que o sucesso, é aproveitar o momento aconteça o que acontecer e seguir em frente sem ressentimentos, se for o caso.
Com carinho,
Márcia Lopes
Psicóloga e Psicoterapeuta