Minha carreira…

 

Márcia Lopes

Lembro-me que em minha infância já despontava a tendência em trabalhar com o desenvolvimento de pessoas, pois uma de minhas brincadeiras preferidas era dar aulas. Em outras ocasiões gostava de desenhar plantas de casas para decorar o interior, atividade física sempre foi do meu interesse.
Ao escolher minha carreira acredito que fui muito influenciada pelos meus pais, primeiramente por minha mãe que comentou sobre algumas profissões e particularmente fiquei curiosa com a Psicologia. Soube que esta era uma ciência que se estuda comportamentos, comprei várias revistas chamada “Psicologia Atual” a qual me despertou ainda mais para o tema, durante o colégio me interessei por Direito, mas Psicologia venceu.

Minha dedicação foi total, ainda tenho saudades de muitas aulas práticas, teóricas e até aquelas “chatas”, pois tudo foi uma descoberta apaixonante.
Ao escolher a Psicologia Organizacional percebi forte influência do meu pai que trabalhava no RH de uma grande multinacional. Nas aulas referentes ao tema, sentia muita familiaridade e intimidade no assunto, provavelmente por causa das conversas que tínhamos em casa.

Minha carreira inicial foi com foco organizacional atuando em empresas multinacionais, na área de RH, assim como, seleção, treinamento, avaliação de desempenho, desenvolvimento organizacional, orientação e outras atividades.

O fato é que durante minha estada nas empresas, identifiquei que atuava com desenvoltura em orientar os gestores, conversávamos muito sobre o desenvolvimento da área, da equipe e até sobre seus comportamentos. Muitas vezes era chamada para discutir uma ideia para ajudá-los em decisões sobre seu grupo de trabalho.

Meus gestores no início ficavam enciumados, mais tarde meus colegas. Sempre fiz questão de atender bem meus “clientes internos”, quando não resolvíamos o assunto por telefone, procurava conversar pessoalmente, para esclarecer todas as dúvidas e para se sentirem seguros dos próximos passos.

Um dia um gestor comentou: “Faz mais de 20 anos que trabalho nesta empresa e esta foi a primeira vez que o RH veio conhecer minha área de trabalho”, este elogio percorreu por quatro ventos. Isso aconteceu porque conhecia o conceito de TBR (tirar a bunda da cadeira), utilizava naturalmente e em alguns casos “causava”, pois não era a prática dos profissionais na época.

Tive uma experiência muito positiva no início de minha carreira, porque conversava com todas as pessoas que queriam discutir sobre suas carreiras, resultados e anseios, esta fazia parte da minha tarefa.

Quando o profissional passava pela avaliação de desempenho e queria ouvir sobre seus resultados e comportamentos, poderiam realizar uma entrevista comigo, era só agendar. Esta responsabilidade me abriu muitas possibilidades, mesmo apoiando e mostrando pontos positivos das questões, aprendia com o outro, ampliando conhecimentos sobre a vida das pessoas, nos departamentos e sobre seus interesses.

Acredito que até os dias de hoje, tenho um prazer enorme em trocar ideias sobre as experiências, durante as entrevistas, conhecemos um pouco da sua essência, percebi que me apaixono por cada um dos entrevistados, pois cada um deles se mostram como são, as pessoas se entregam para conseguir o seu sucesso, seu desenvolvimento, uma oportunidade… É muito comum durante os processos, seja de Seleção, Aconselhamento ou Coaching os profissionais comentarem: “Nossa! Acho que falei demais.”

Tive excelentes gestores e de vários estilos, aquele que confiava em mim e aceitava colocar em prática minhas ideias, aquele que fornecia feedback de redirecionamento, aquele que me desafiava, aquele que me corrigia continuamente, aquele que corrigia os erros de português, aquele amigo que dava conselhos e orientações e aquele que me deixava completamente a vontade para fazer meus experimentos.

Aprendi com todos eles e quero aproveitar a oportunidade para agradecer cada momento que tivemos juntos, foi muito importante e uma benção por poder estar aqui nesta etapa de minha carreira, pois com certeza se não fosse por vocês, pela confiança, pelo desafio e pela parceria não teria tantas coisas boas a contar, muitas vezes sinto falta e gostaria de trocar ideias e orientações…

Muitos clientes internos, os gestores, também foram muito importantes, pois muitos me desafiaram e acreditaram que eu daria conta. Me ensinaram sobre negócios, sobre pessoas, sobre gestão, sobre estratégias… Ainda me lembro das reuniões onde participava para entender e conhecer a área, o negócio e as estratégias, como estes ensinamentos tem sido importantes para poder atuar como Consultora e Coach.

Claro que após minha formação acadêmica inicial, busquei outras influências, assim como o psicodrama, que me transformou como pessoa e como profissional. Esta formação me trouxe muitos “insight´s” e força para me desenvolver, amadurecer em minha carreira profissional e vida pessoal.

Até hoje utilizo destas técnicas para dar clareza aos coachees ou durante Workshop sobre seus comportamentos. Esta ferramenta é essencial para meu trabalho e não pretendo excluí-la tão cedo. Agradeço minha mestre, sinto não citar o seu nome, pois seria injusto frente a tantos outros profissionais importantes que tive a grata oportunidade de conhecer, sejam eles, gestores, colegas, estagiários, parceiros e profissionais clientes.

Durante minha formação em psicodrama, “me joguei, entrei de cabeça” e pude contribuir com muitos profissionais, pelo seu desenvolvimento. Tive vários casos de sucesso que ainda quero compartilhar com vocês…. ficaria muito extenso neste momento.

Decidi fazer MBA em Gestão Empresarial, para ficar ainda mais próxima da carreira empresarial e poder influenciar meus colegas, parceiros e clientes, pois os conhecimentos nos trazem confiança, poder para participar de grupos e influenciar sobre diferentes pontos de vista.

Após alguns anos de formação, ainda tinha uma curiosidade, como me sairia como terapeuta. Decidi realizar um curso de extensão em Psicoterapia Cognitivo Comportamental. Isto poderia ser uma heresia, pois minha formação universitária foi com foco na linha teórica Psicanalítica. Contudo já nas minhas sessões de Orientação Profissional, optativa que cursei, já notava que as ferramentas e técnicas estão aí para serem utilizadas e dependendo do estilo do paciente, nós devemos aplicar aquela técnica que irá prover resultado mais rápido e de qualidade. O importante é que tenha competência para isso. Por esta razão busquei o aperfeiçoamento para experimentar minha carreira como terapeuta. Este tem sido um enorme aprendizado, estar com o outro entregando com confiança “sua vida” a você. Respeito do fundo do coração seus valores e seus comportamentos, é um momento de aprendizagem em “dose dupla”, é um ambiente de troca para que o outro se sinta a vontade e que encontre sua felicidade em todos os momentos de sua vida. Ainda tenho muito a aprender …

Ainda enquanto profissional de empresa, sonhava em ser Coaching, sempre soube que este é o caminho mais rápido e eficaz para o desenvolvimento. Direciono dedicação para facilitar meus coachees a se transformarem e se tornarem mais felizes com seus resultados e as empresas com eles.

Agora tenho um desafio, a meta de defender a eficácia do Coaching Online, mas vou deixar também este tema para um outro momento. O fato é que os resultados observados desta técnica têm sido eficazes e gratificantes.

Em 2004, decidi alçar voo em carreira solo, senti um grande desafio, por vezes perdida, mas com muita fé, pois sabia que teria que me desprender de muitas crenças, desenvolver algumas características e me dedicar para o meu sonho.

O curso do Empretec/Sebrae me mostrou que estava no caminho certo, foi sensacional. Tenho experimentado muitas parcerias, atuado em diversos negócios, aprimorando cada vez mais a consistência para meu trabalho, durante os Workshop´s, Aconselhamentos, Sessões de Psicoterapia e Coaching.

Em minha carreira, o que me dá mais prazer é poder acompanhar meu coachee e profissionais que aconselho, conquistando seus objetivos, tendo sucesso em suas carreiras, atingindo metas desafiadoras. Sinto orgulho em saber que pude de alguma forma encaminha-lo, através de reflexões, orientações, ou seja, pude colocar “sementes” as quais foram germinadas.

Vou parando por aqui, mas pretendo continuar dividindo com vocês histórias, memórias, entrevistas, comentários, dicas e orientações que possam contribuir para o desenvolvimento de sua carreira profissional. Se este é seu interesse, me siga!

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