Como ajudar alguém com ansiedade

A primeira providência para se administrar a crise de ansiedade é ter informações sobre como ela funciona, quais são os sintomas e como evolui ao longo do tempo. Busque informações com profissionais especialistas ou procure ler a respeito.

Os transtornos ansiosos podem ser, Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), Transtorno de Estresse Pós Traumático (TEPT), Transtorno de Pânico (TP) e Fobias Específicas.

As pessoas com transtornos ansiosos desenvolvem ao longo da vida, pensamentos automáticos negativos, desalinhados a realidade, principalmente relacionados ao futuro, o que gera aumento da ansiedade e diminuição da capacidade de lidar com os problemas do dia-a-dia, por focar exageradamente no pior que pode acontecer em sua vida e de seus familiares.

Se por exemplo um indivíduo se sente mal ao ficar à frente de pessoas e ele terá que fazer uma apresentação em público na próxima semana, costuma antecipar  pensamentos de que não vai conseguir, que algo dará errado, de que vão rir da cara dele, gerando sentimento de fracasso, mesmo sem passar pela situação.

Essa forma de pensar é conhecida por distorção cognitiva, ou seja, são percepções na maior parte das vezes desalinhadas à realidade. Regularmente são catastróficas, ou seja, se imagina que algo terrível poderá acontecer, sem ter motivos evidentes para isso.

Caso esteja acompanhando uma pessoa com este tipo de comportamento, poderá ajudá-la com o objetivo de substituir os pensamentos por algo mais realista, por exemplo, sei que está preocupada, mas da última vez deu tudo certo; ou você se preparou e treinou muito, a chance de não dar certo será minima; da última vez você foi muito bem e foi elogiada por isso; quando alguém comete algum erro, ninguém comentou a respeito, as pessoas foram respeitosas, etc.

O cérebro do ansioso vai se acostumando ao longo do tempo a pensar de forma negativa, e conversando assim, mostrando outra forma de se analisar a situação, gradualmente a gente consegue estimular os ansiosos a mudar seus pensamentos.

Na psicoterapia, utilizamos uma técnica chamada dessensibilização sistemática, ela consiste em dispor a pessoa aos medos de forma gradual de um menor estimulo para um maior estimulo, os exercícios vão aumentando gradualmente o nível de dificuldade e tem apresentado excelentes resultados.

Será importante não minimizar o sofrimento da pessoa, muitas vezes não compreendemos o sofrimento do outro e acabamos desvalorizando o sofrimento do outro, ao invés disso, procure utilizar-se de uma perspectiva de incentivo, mostrando que já passou por isso antes, mostrando os pontos positivos que conquistou frente as dificuldades, orientamos que o encoraje, seja empático e tenha compaixão, dizendo eu sei o que está sentindo, poderá compartilhar suas experiências, validando assim, o sofrimento da pessoa.

Em casos de crise de ansiedade, quando a pessoa tem dificuldade para respirar, tem tremores, aumento de batimentos cardíacos, e sabe que não esta passando por problemas cardíacos, procure acalma-la, tirando-a do ambiente ameaçador, por exemplo, de uma festa, de dentro do shopping e o leve para dar uma volta ao ar livre ou num ambiente mais reservado, o estimule a respirar devagar e com calma, faça junto com ele a respiração lentamente. Usualmente os ansiosos tendem a ter hiperventilação, muito ar nos pulmões, não conseguindo respirar direito, a respiração mais lenta irá ajuda-lo a diminuir o ar parado nos pulmões. Conte lentamente até 3 segundos na inspiração e expire o ar por 6 segundos, a intensão é soltar mais o ar.

Saiba ouvir a pessoa com ansiedade, ter alguém com quem falar de nossos sentimentos ira ajudar bastante a processar a ansiedade, fique do lado, o simples ato de fazer companhia já é uma grande ajuda.

Entenda que você não é o responsável pelo quadro daquela pessoa, se você conhece alguém com estas características, estimule-o a fazer um tratamento psicológico e se necessário medicamentoso, visando seu bem-estar e diminuindo os prejuízos que este transtorno causa.

Com carinho,

Márcia Lopes – Psicóloga Clinica – CRP 06/26513

Fontes:

  • American Psychiatric Association. (2004). Manual Diagnótico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), (5. Ed). Porto Alegre. Artmed. DC: Author.
  • Canal YouTube NeurologiaePsiquiatria TV; Como ajudar alguém com transtorno de ansiedade; https://www.youtube.com/watch?v=WryAfIPSb-0

 

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