Os traços do Transtorno de Personalidade costumam ser identificados nas fases da adolescência ou no início da vida adulta, os indivíduos apresentam comportamentos, pensamentos e sentimentos obstinados, inflexíveis e resistentes. Evidencia-se agressividade, insistência nos seus desejos, instabilidade de humor trazendo sofrimento a ele mesmo e a seus familiares (APA, 2014).
Apresentam esquemas não satisfatórios, devido a capacidade de perceber o mundo de forma particular influenciando suas relações interpessoais, os quais são relacionados a cinco temas:
- Expectativa que suas necessidades não sejam satisfeitas;
- Se sente incapaz de ser independente;
- Acredita que não é uma pessoa desejável;
- Tende a ignorar as preferências;
- Direciona sua energia para o trabalho, deixando de lado atividades de lazer.
Esta forma de perceber o mundo é mantida pelos processos de distorção cognitiva e pelo comportamento de evitar o contato com os temas por ser ansiogênicos, preferindo adotar posturas contrárias ao esperado (Ventura, Rodrigues e Figueira, 2011).
Os Transtornos de Personalidades foram agrupados em três grupos. O grupo A refere-se aos transtornos de personalidade paranóide, esquizóide e esquizotípica. O grupo B inclui os transtornos de personalidade anti-social, borderline, histriônica e narcisista. Usualmente a população com esses transtornos podem parecer dramáticos, vagos ou emotivos. No grupo C inclui transtornos de personalidade evitativo, dependente e obsessivo-compulsiva. As pessoas com esses transtornos parecem medrosas e ansiosas. Essa classificação embora possa ser útil para pesquisas e material educacional apresenta sérias limitações e não foi consistentemente validada (APA, 2014).
Vale a pena ressaltar que os traços de personalidade constituem transtornos quando são inflexíveis, mal-adaptativos e causam prejuízo funcional ou sofrimento subjetivo significativo (APA, 2014).
O diagnóstico deve ser realizado por profissionais da área de saúde. As melhores práticas para o tratamento são o medicamentoso em conjunto com a psicoterapia. Há estudos que observam uma melhoria na qualidade de vida do paciente e de seus familiares ao se respeitar o tratamento psiquiátrico e psicológico, além de recomendar atividades físicas.
Espero ter esclarecido algumas dúvidas.
Márcia Lopes – Psicoterapeuta Cognitivo Comportamental
e-mail: contato@marcialopes.psc.br
Fontes:
American Psychiatric Association. (2004). Manual Diagnótico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), (5. Ed). Porto Alegre. Artmed. DC: Author.
Pereira, M. (2004). Transtornos de Personalidade; Knapp, P. & Colaboradores. Terapia Cognitivo-Comportamental na Prática Psiquiátrica. (pp. 311-316). Porto Alegre. Artmed.